terça-feira, 27 de outubro de 2015

The seaside.

Hi there!

Desde pequena eu adoro o mar. Chorava quando meu pai não queria entrar comigo e ficava brava quando tinha que ficar nadando só "no rasinho"!
E eu ainda adoro entrar no mar (mesmo quando está frio!), acho que não tem coisa mais reenergizante que um banho de mar, né?
Mas há uns anos atrás eu aprendi que sentar na areia em uma praia tranquila e só olhar pro mar pode ser tão bom quanto entrar nele.
Curtir o barulho das ondas e a maresia batendo no rosto, deixar os pensamentos fluírem, as idéias irem e virem...

Fiz isso nesse domingo! Minha primeira viagem na Inglaterra foi pra Brighton.
Uma cidade litorânea com cara de "antiguinha" e cheia de encantos. Surpreendentemente pra nós brasileiros, é uma praia sem areia, todinha de pedras!
Muito, mas muito, diferente do nosso conceito de praia.
Ir pra praia de bota e cachecol foi bizarro pra dizer o mínimo! haaha

Cheguei no domingo de manhã e voltei segunda a noite. Consegui ver bastante coisa!
Acho que duas noites seriam melhor pra fazer tudo com mais calma.
A cidade tem vários restaurantes/pubs a beira mar, muito bons pra comer o clássico fish and chips e tomar um pint nos dias de sol! Só tem que tomar cuidado com as gaivotas, porque elas atacam mesmo!
Enquanto estava lá vi umas duas pessoas perdendo o almoço pra elas haha
O Brighton Pier tem cara de cenário de filme! Tem um parque de diversões e alguns stands de comida. Fofo pra visitar e tirar fotos, mas se você não for brincar não tem muito o que explorar! E brincar lá é não é muito barato. Se não me engano o ticket pra brincar o dia todo custava 15 pounds.
No centrinho da cidade tem umas ruas bem apertadinhas com várias lojas bonitinhas que são chamadas "The Lanes".
Se você for bem, mas bem rico mesmo (No mínimo 2000 pounds sobrando) é um ótimo lugar pra comprar jóias, tem peças vintage lindíssimas. Especialmente anéis de noivado, um mais lindo que o outro!

O "Royal Pavilion" é um palácio (com arquitetura que lembra os palácios indianos) com um jardim lindo! Vale a visita.

O trem de Londres pra Brighton é super rápido, uns 50 minutos!
Meu bilhete de ida e volta custou uns 20 pounds com taxas, eu comprei meio em cima da hora, poderia ter sido um pouquinho mais barato!
A noite no hostel Baggies Backpackers custou 15 pounds, o quarto era pra 6 pessoas, mas demos sorte de estar vazio e ficamos com o quarto só pra nós!
Caso contrário teria sido complicado, porque o quarto era MUITO pequeno. A experiência no hostel não foi das melhores, o banheiro do nosso andar era um quadradinho só com a privada, nada de pia haha
O banheiro maior ficava 3 andares abaixo e na vez que tentei usá-lo trombei com o recepcionista escovando os dentes só de toalha, não sabia o que fazer!
Nunca tinha ficado em hostel, então fiquei em dúvida se aquilo era normal.
Lancei um "oh, oooops, sorry" e fugi hahaha
Alguns hóspedes eram residentes fixos, e entre eles estavam uns 3 cinquentões que eram figuras bem exóticas pra dizer o mínimo.
A porta do quarto fazia muito barulho sozinha! Parecia que tinha um gato arranhando a porta a noite inteira!
Pontos positivos?
Era a menos de uma quadra da praia e staff amigável (as vezes até demais!).
Deu pra sobreviver uma noite, mas não recomendo pra mais que isso.


Domingo o dia estava lindo e deu até pra tirar o casaco no sol!

Na Segunda o dia não estava tão bonito, um passeio a beira mar foi uma experiência congelante, ventava muito e o vento era muito gelado!
As gaivotas não conseguiam voar contra o vento de tão forte que estava! Elas batiam as asas e não saiam do lugar!! haha

Com alimentação, bebida, tranqueirinhas e ônibus eu acredito que gastei uns 60 pounds. Mas comi e bebi razoavelmente bem!
No total gastei uns 95 pounds e acho que super valeu a pena!

Brighton é o lugar perfeito pra fugir da cidade e ver o mar!
Adorei e pretendo voltar, mas só na primavera ou no verão :)









































                                 

sábado, 24 de outubro de 2015

About making the most of it...


Como é tudo ai?
Você está aproveitando bastante?
Já viu a London Eye? O Big Ben?
(Inclua aqui o nome de qualquer atração turística aqui)
Você não tá parando em casa, né?
Besteira dormir! Dorme quando voltar! Tem que aproveitar MUITO ai!


Todo mundo que viaja ou se muda para outro país provavelmente já foi ou ainda vai ser alvo dos questionamentos acima.
É normal que amigos e família fiquem um pouco ansiosos e curiosos sobre tudo! Alguns querem saber todos os detalhes do dia-a-dia outros querem nos incentivar a aproveitar o máximo essa experiência. Claro que sempre tem os não tão amigos que só querem fazer encomendas diversas, esses a gente deixa pra lá haha

Mas, voltando ao tópico... Aproveitar algo ao máximo é algo é bem relativo, não é mesmo?

É claro que quando a gente se vê em um país novo, a tendência é querer explorar todas as possibilidades! Sair de manhã, a tarde e a noite, conhecer todos os pontos turísticos e os não tão turísticos, aprender a andar no metro sem se sentir um turista, andar até os pés doerem, e ai andar mais um pouco!

Se a sua viagem for de até 2 semanas eu digo que o espírito da coisa é quase esse. Quando você voltar pra casa você repõe as noites mal dormidas e descansa os pés.
Mas não deixa de fazer uma parada entre uma caminhada e outra pra tomar um café e olhar o movimento, tá?
Se dê o direito de curtir um momento tranquilo, aproveita pra sentir a energia de onde você está e assimilar quão incrível tudo tem sido!
Prometo que esses momentos podem ser tão legais quanto os de frenesi intenso!

Mas se você veio pra ficar, porque tanta pressa?
Eu odeio fazer qualquer coisa com pressa. Gosto de andar devagar, de olhar tudo com calma, parar onde eu quiser parar, sentar e ficar... seja pra ficar conversando, ou pra ficar olhando as pessoas e o movimento nas ruas.
Acho que grande parte da graça de poder viver em outro país é descobrir uma coisa nova todos os dias e poder fazer isso sem pressa!
Ninguém merece viver planejando e cronometrando tudo que faz!

Estou aqui há pouco mais de um mês e ainda estou tentando encontrar um certo equilíbrio entre curtir sem ficar exausta e sentir que não estou fazendo nada!
Sempre que fico em casa, pensamentos como "se fosse pra ficar vendo netflix em casa podia ter ficado no Brasil porque lá também tem internet e cama" aparecem!
E esses pensamentos são tão absurdos gente! haha
Porque além dos pés que cansam não há bolso que aguente uma vida nonstop em pounds! haha

Sinceramente, eu nunca fui alguém que enlouquece dentro de casa e precisa sair sempre! Não me entendam mal, claro que eu adoro passear, aqui em Londres eu adoro ir pra pubs e markets por exemplo...  além disso tenho uma lista de museus, feiras e lugares que quero conhecer!
Mas eu também adoro ficar em casa vendo um filme, lendo blogs, escrevendo, cozinhando... me julguem, mas eu amo passar o dia de pijama! Tem dias em que eu não to com saco pra me maquiar e sair, poxa.
Isso é um traço da minha personalidade.
É óbvio que alguém que muda de país tem que se adaptar a muita coisa, mas não tem que deixar de ser quem é.

Mas não é fácil, viu?
Porque se no Brasil eu já me sentia meio culpada quando fazia isso em um sábado a noite, aqui eu me sinto meio criminosa haha
Quão ridícula é essa cobrança (pessoal e da sociedade) de que a gente só pode ser feliz caminhando pela London Bridge, posando em frente ao Big Ben ou bebendo loucamente toda embonecada em uma balada da moda?

O que eu andei pensando esses dias é que... eu tenho tempo! Tenho 11 meses pra explorar o país e arredores, pra ir em todos os lugares que eu quero ir e ainda não fui. Porque a pressa? Porque o stress?
Hoje eu passei o dia inteirinho em casa e só sai (de moletom e sem batom!) pra ir na vendinha da esquina comprar leite porque o que tinha na geladeira estava coalhado (Yuck!) e porque eu queria Double cream (creme de leite) pra fazer strogonoff!

Assisti séries, cozinhei e comi uma comida com gosto de casa, descansei, li, escrevi... e já já vou arrumar minha mochila pra ir pra Brighton amanhã :)
(Eu não fico só em casa! haha)

Acho que como tudo na vida é importante encontrar o ponto de equilíbrio. E isso é uma coisa que a gente tem que descobrir sozinho, porque o meu e o seu nunca vão ser iguais! Cada um tem seu ritmo, suas preferências, sua disposição e suas vontades!
O importante é entender que não devemos tentar nos encaixar nos padrões impostos, cada um de nós, mais cedo ou mais tarde, vai encontrar o melhor jeito de aproveitar sua experiência.
Essa neura de "preciso aproveitar cada segundo" é ridícula e eu vou banir ela da minha vida!

Um ótimo sábado pra vocês, embonecados por ai ou de pijama em casa.





domingo, 4 de outubro de 2015

Almost 3 weeks





Quando a gente sai de casa sabendo que vai demorar pra voltar, já sai sentindo saudade.
Dá saudade antecipada do cheiro da nossa cama, do gosto do almoço de domingo, aquele com a família toda reunida, e do abraço e do colo da mãe.
Nos últimos dias as coisas mais bobas se transformam em um ritual só porque vai ser a última vez por um bom tempo. Tudo vai ficando com cara de adeus.

Não é fácil deixar tudo que é familiar e querido.
Aquele momento de "Porque estou fazendo isso mesmo?" vem e assusta.
Ai a gente respira fundo pra tentar encontrar coragem e vai mesmo assim.

Porque ir é um sonho que virou realidade!
Mesmo que ficar pareça a coisa mais sensata (e provavelmente seja!).

Mas não foi por sensatez que decidimos ir.
Foi pela curiosidade de saber o que tem "lá".
Foi pela ânsia de ver e conhecer mais.
Foi pelo desejo de entender melhor o mundo e principalmente a sí mesmo.

E ai você chega.
Estranho. De novo vem a pergunta "Porque estou aqui mesmo?"
O jet lag não ajuda.
Pode ser que demore um ou cinco dias.
Mas surpreendentemente as coisas começam a se encaixar. E quando isso acontece tudo volta a fazer sentido.

Porque é fácil se acostumar.

Com a grama tão verde, com as calçadas largas e as ruas arborizadas.
Com o transporte eficiente. Ônibus (quase) sempre no horário indicado na telinha constantemente atualizada no ponto.
A mesma coisa vale para os trêns e metrôs. E com um pouquinho de tempo, é possível chegar em qualquer lugar usando somente o transporte público.
Andar na rua usando o smartphone, ou qualquer outra coisa de valor, despreocupadamente é muito bom.
Salvo exceções, é incrível o bom senso das pessoas e respeito pelos outros e pela ordem.
Lugares cheios existem, mas ninguém empurra, além do que, as expressões com licença e desculpa são usadas com a frequência adequada.

É fácil imaginar uma vida aqui.
Acesso a educação de qualidade, para todos.
As escolas públicas em sua maioria esmagadora são muito, muito boas.
Cultura também é para todos, os museus são gratuitos.
Muitos parques lindos espalhados pela cidade, vários deles com playgrounds enormes.
Faculdade financiada sem juros absurdos e você não começa a pagar até que ganhe o suficiente pra isso.
Incrivelmente, o sistema de saúde realmente funciona.

É fácil se apaixonar pelas possibilidades.
Explorar os bairros, dos mais exóticos aos mais luxuosos. Descobrir um bar incrível em uma fábrica abandonada em um bairro underground ou tomar um pint em um pub tradicional observando as famílias, grupos de amigos, velhinhos e casais.
Pub é um lugar muito democrático, todos vão.
Visitar os vários mercados cheios de antiguidades, artesanatos, arte e comidas incríveis.
A variedade é infinita, comida vietnamita e italiana figuram lado a lado. Fica até difícil escolher!
Apenas sentar em um banco e observar.
As pessoas, o movimento, as ruas, o céu, o turbilhão de novidades que te deixam confuso e sem saber para que lado olhar!

Muitas dessas coisas vão se tornando cotidianas, mas isso não quer dizer que você deixe de se apaixonar pelos pequenos detalhes diariamente.
Não!
Todo dia você vai ter aquele momento
 em que você de repente percebe onde está e o quão sortudo é por estar ali.

Ai você vai pra casa e tem vontade de compartilhar tudo isso.
O skype está lá, entre uma travada e outra, mas ainda é a melhor ferramenta disponível.
Você conta tudo, conversa, ri, espera a imagem descongelar, conversa mais um pouco e dá boa noite porque o fuso complica um pouco as coisas.
Não é tão fácil ficar longe de quem a gente ama enquanto conhece e constrói um mundo novo.
Embora seja incrível conhecer pessoas de diferentes culturas e de todas as partes do mundo, vou confessar que as vezes dá vontade de estar com alguém que venha do mesmo mundo que você, com alguém que vá entender aquela referência absurda de uma história de 3 anos atrás.

É natural sentir essa vontade, não quer dizer que você não esteja feliz.
Isso chama saudade, e é saudável em doses moderadas.

Adaptação leva tempo, é mais difícil e longa pra uns do que pra outros.
Geralmente acontece de maneira mais tranquila pra quem vem com a mente aberta e disposto a experienciar coisas novas sem fazer comparações o tempo todo.

Ao decidir vir você tem que estar ciente de que, mais cedo ou mais tarde, muitos dos seus conceitos irão por água abaixo. E isso não é algo ruim!
Ruim é se prender a idéias que já não fazem mais sentido.

São quase 3 semanas e algumas percepções iniciais.